Imagine que alguém está caminhando distraído por uma calçada, não vê um buraco, tropeça, cai e quebra a perna. O tratamento será usar gesso, tala ou bota ortopédica para evitar a movimentação do membro enquanto o organismo se encarrega de consertar o osso fraturado. Para isso, são enviadas ao local da lesão células mesenquimais, um tipo de células-tronco adultas indiferenciadas que têm a capacidade de produzir qualquer tipo de tecido a ser reparado.
Guarde esse nome, pois essas mesmas células entram em ação quando existe um implante dentário! Afinal, elas são protagonistas da osseointegração, processo de integração entre o parafuso de titânio e o osso, que possibilita uma união estável e funcional entre eles. Esta etapa, fundamental para que o implante dentário tenha resultados satisfatórios, faz com que o implante fique firme e resistente para aguentar cargas oclusivas de maior intensidade, atendendo as demandas da mastigação.
Como você pode imaginar, a descoberta desse processo serviu como um divisor de águas para o avanço da Implantodontia moderna. Para ir mais a fundo no assunto, conversamos com o dr. Bruno Candeias, especialista em Periodontia e consultor científico da S.I.N. Implant System.
Um processo que respeita a natureza de cada um
Basicamente, a cirurgia de introdução do implante provoca uma lesão no osso, daí o corpo reage, mandando para lá as células mesenquimais, que se transformam em células ósseas e se encarregam de unificar o osso e o implante (ou seja, de realizar a osseointegração).
Vale lembrar que o tempo de duração do processo varia de uma pessoa para outra. No melhor dos mundos, após 60 dias (a contar da data da cirurgia), a osseointegração já pode estar estabilizada. Há casos, porém, em que demora mais. Por isso, quando o implante for colocado na mandíbula, a orientação é esperar em torno de quatro meses para a colocação da prótese. E, no caso da maxila, seis meses.
Fatores que podem atrasar o processo
Alguns fatores impactam o tempo de osseointegração. Fatores individuais, que tanto podem ser orais, como a higienização inadequada; locais, como o hábito de morder caneta; ou sistêmicos, como a presença de diabetes, osteopatia e outras doenças.
Há que se considerar, também, fatores como erros no planejamento e indicação da cirurgia.
Finalmente, existe o fator produto, mas em raras ocasiões ele é o responsável pelo atraso na osseointegração, porque os implantes aprovados pela Anvisa obedecem a rigorosos padrões de qualidade.
Titânio: o material perfeito para o processo de osseointegração
O material mais utilizado para fabricar o implante é o titânio, que favorece a osseointegração por ser inerte. As chances de o organismo vir a rejeitá-lo como corpo estranho são baixíssimas.
Falando em implante de titânio, o dr. Bruno explica que ele pode estar disponível em quatro graduações. Olha que curioso: no grau 1, ele é mais macio e corre maior risco de amassar e torcer com o uso. Já no extremo oposto, grau 4, ele é mais duro e dificilmente amassa, possibilitando melhor reabilitação oral e maior durabilidade por resistir mais à mastigação e às forças oclusais.
Opa, e já existe um implante de titânio grau 5! Ele é ainda mais difícil de amassar ou quebrar. Mas fique atento: não é classificado como comercialmente puro. Trata-se de uma liga metálica que além de titânio contém alumínio e vanádio. Embora já seja comercializado por algumas empresas, a maioria dos implantodontistas dá preferência ao implante de grau 4, que atende às necessidades no que se refere à rigidez e ainda preserva as características específicas do titânio.
Particularmente, a preferência também se deve à precaução. Existe o temor de que o contato direto do alumínio com o osso possa vir a trazer algum risco à saúde no futuro. Quem optar por este modelo, deve agir com cautela.
E se ocorrer perda óssea, o que fazer?
Fique tranquilo: após a colocação do implante de titânio, perdas ósseas de até 1 mm são aceitas e atribuídas ao processo biológico de adaptação dos tecidos. Já perdas maiores são consideradas patológicas e podem ter várias explicações, como excesso de carga oclusal, colocação prematura da prótese (antes que a osseointegração estivesse concluída) ou infecção local, caso da peri-implantite, que atinge os tecidos ao redor do implante.
Às vezes acontece, inclusive, a saucerização, perda óssea na região perto da gengiva (perda óssea cervical peri-implantar). Por ser tridimensional, ela se manifesta tanto na vertical quanto na horizontal, conferindo ao local a aparência de pires, daí o nome derivado de saucer, pires em inglês.
A boa notícia é que dá para estabilizar essas perdas, evitando seu progresso. Sabe como? É preciso abrir o tecido mole, expor a área contaminada, limpar o máximo possível para desinfetar o local e, obviamente, observar a evolução do quadro.
Se a quantidade de osso perdida for expressiva, a saída pode ser tirar o implante, tratar a área ao redor, depois fazer um enxerto. Neste caso, inclusive colocando uma membrana para estimular a formação óssea, aguardar a recomposição da área e só então partir para uma nova cirurgia.
Ah, e detalhe: na presença de infecção, não se recomenda tirar o implante e introduzir um novo no mesmo dia. É preciso dar tempo para o tecido se recuperar. E somente depois, quando tudo estiver bem, partir para um novo implante.
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