A Implantodontia é uma especialidade da Odontologia que realiza a colocação de materiais inertes ao organismo humano na mandíbula e na maxila, com o objetivo de suportar próteses unitárias ou totais, sejam elas parciais ou removíveis.
Mundialmente, a área passa por uma curva ascendente, por conta do trabalho de campanhas atuais de conscientização, um grande incentivo para que os brasileiros cuidem mais de seus dentes. Além disso, o valor de um implante é cerca de cinco vezes menor do que era há 20 anos, tornando o serviço mais acessível e procurado.
O sonho de restaurar sorrisos está ao alcance de qualquer dentista. No entanto, investir em uma boa especialização em Implantodontia é necessidade básica, assim como se manter em constante atualização. Para lhe ajudar no processo, preparamos este artigo sobre o torque na Implantodontia com a ajuda do especialista Dr. Fabio J. B. Bezerra (CRO-BA 3868/CRO-SP 102591), diretor de P&D da S.I.N. Implant System. Faça boa leitura!
O que é o torque na implantodontia?
Medida quantitativa de uma força aplicada a fim de gerar um movimento de rotação, o torque consiste em uma grandeza física. Na implantodontia, deve-se determinar o torque nos motores nas fases de instalação de um implante, uma vez que o seu sistema biomecânico é baseado em parafusos.
Primeiramente há o torque de inserção no tecido ósseo, após os torques de inserção dos acoplamentos protéticos e por fim o torque do acoplamento da prótese. Sendo assim, o torque é fundamental em todas as etapas do tratamento e para que o resultado imediato e a longo prazo apresentem eficiência.
É preciso considerar dois aspectos primordiais ao abordar a relevância dessa grandeza. Em primeiro lugar figura o aspecto biológico, ou seja, o estresse gerado na interface com o tecido ósseo. Na sequência está o nível biomecânico, visto que cada peça precisa receber o torque adequado para que o implante tenha segurança e durabilidade.
A partir destes princípios, portanto, fica clara a necessidade de mensurar o torque na implantodontia. Em todo o sistema de implante é importante definir o torque ideal, ou pelo menos uma faixa, para que não ocorra sobrecarga biológica no tecido ósseo e/ou sobrecarga biomecânica no sistema responsável pela reabilitação protética.
Como determinar o torque na implantodontia?
Existe um detalhe bem importante e que é frequentemente deixado de lado: a leitura do manual do fabricante e do catálogo de produtos. Neles aparecem informações como o torque máximo suportado pelos implantes e o torque sugerido para os diferentes parafusos em cada tipo de componente ou conexão.
Todas as empresas e fabricantes que trabalham com implantes dentários desenvolvem processos minuciosos de planejamento e produção dos componentes do procedimento. Na elaboração de produtos, é feita a eleição da matéria-prima antes da escolha do tipo de liga. Depois, de acordo com as normas das agências reguladoras, cria-se as peças. Para que chegue ao mercado, ocorrem inúmeros testes e estudos.
A intenção consiste em entregar o melhor produto com a melhor performance, contando que as recomendações sejam seguidas. O torque ideal para determinada peça em certa situação deve constar no manual do fabricante de maneira clara e didática. É importante se atentar às informações disponibilizadas antes de adquirir os itens, para garantir uma instalação segura e eficiente para o paciente.
De que modo evitar riscos durante a cirurgia?
Os riscos durante a cirurgia também podem ser avaliados sob os aspectos biológico e biomecânico. Segundo Abílio Ricciardi Coppedê, doutor em Reabilitação Oral pela Forp/USP, é preciso levar em consideração a plasticidade óssea ao definir o torque.
Quanto mais medular, ou seja, quanto menos denso for o tecido ósseo, maiores tendem a ser os torques. Explica-se: esse tipo de osso apresenta elevada capacidade cicatricial e vascular, especialmente em comparação aos ossos que em seu exterior são corticais.
Altos torques associados a ossos pouco densos figuram como uma combinação que normalmente gera microfraturas e uma série de riscos ao processo de reabilitação do paciente. Já em relação ao ponto de vista biomecânico, torques acima do recomendado podem resultar em deformações dos componentes protéticos e fraturas das peças ou do implante. Afinal, mesmo que sejam de titânio, os implantes dentários e seus componentes têm alta sensibilidade.
Casos envolvendo problemas como a quebra, por exemplo, apresentam difícil resolução. Para evitar riscos desnecessários, como a fratura de um implante na maxila ou mandíbula ou de uma conexão, é recomendado seguir todas as especificações do fabricante e sempre usar um torquímetro de precisão nos protocolos de cirurgia.
Outra medida importante consiste em avaliar as falhas nos procedimentos para que eles não ocorram outra vez. Se contratempos surgirem, busque explicações para o que causou o afrouxamento ou a quebra. Afinal, quando a causa não passa por correção rápida, tende a voltar a acontecer.
Qual a importância do uso de um torquímetro?
As conexões dos implantes dentários e de suas peças têm encaixes perfeitos e milimetricamente pensados. Por este motivo, qualquer uso extremo de força pode estragar todo o tratamento do paciente. Além disso, o instrumental do dentista, que tem valor elevado, também aumenta o risco de quebras, causando prejuízo.
A fim de impedir esse problema, indica-se o emprego do torquímetro de precisão. Devido ao seu sistema, o aparelho incrementa a segurança e a facilidade na colocação do implante, evitando qualquer tipo de erro na hora de escolher o torque ideal.
Para utilizar o torquímetro de precisão adequadamente, é fundamental a leitura completa do manual de instruções e a realização de um treinamento efetivo. Atenção aos cuidados mínimos de manutenção, como montagem e lubrificação, também aparecem na lista de questões relevantes sobre o tema.
Esperamos que, com a leitura deste artigo, você tenha sanado todas as dúvidas a respeito do torque na Implantodontia. Essa é uma área especialmente gratificante na Odontologia, pois devolver a função mastigatória e o sorriso aos pacientes não tem preço!
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